Parte, e tú verás
Rio de Janeiro , 2004
Parte, e tu verás Como as coisas que eram, não são mais E o amor dos que te esperam Parece ter ficado para trás E tudo o que te deram Se...
Patético
Rio de Janeiro , 2004
Está ausente. Ausente como as vozes da minha infância E muda - eu lhe dou adeus de todos os espaços Grito o seu nome em todas as ruas - e os trens passam deixando a...
Pátria minha
Barcelona , 1949
A minha pátria é como se não fosse, é íntima Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo É minha pátria. Por isso, no...
Perdoai-me, meus amigos,...
Rio de Janeiro , 2004
Perdoai-me, meus amigos, a minha súbita vontade de chorar em vosso mágico convívio Eu tenho vontade de chorar sobre a minha súbita inocência. Tenho também...
Pescador
Rio de Janeiro , 1946
Pescador, onde vais pescar esta noitada: Nas Pedras Brancas ou na ponte da praia do Barão? Está tão perto que eu não te vejo pescador, apenas ...
Poema de aniversário
Rio de Janeiro , 1962
Porque fizeste anos, Bem-Amada, e a asa do tempo roçou teus cabelos negros, e teus grandes olhos calmos miraram por um momento o inescrutável Norte... Eu quisera...
Poema de Ano-Novo
Rio de Janeiro , 2004
É preciso que nos encontremos diante do amor como as árvores fêmeas cuja raiz é a mesma e se perde na terra profana É preciso... a tristeza está no fundo...
Poema de Natal
Rio de Janeiro , 1946
Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos - Por isso temos braços longos para os adeuses ...
Poema enjoadinho
rio de Janeiro , 1954
Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-los? Se não os temos Que de consulta Quanto silêncio Como os queremos! Banho de...
Poema feito para chegar aos ouvidos de Santa Teresa
Rio de Janeiro , 2004
Não quero ir pro inferno Santa Teresinha Quero é ir pro céu Que é boa terrinha Mas se eu for pro céu Você me procura? ...
Poema nº três em busca da essência
Rio de Janeiro , 2004
Do amor como do fruto. (Sonhos dolorosos das ermas madrugadas acordando…) Nas savanas a visão dos cactos parados à sombra dos escravos - as negras mãos no ventre...
Poesia 1
Rio de Janeiro , 1979
Elegia desesperada Oxford Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra - alguém! alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto...
Princípio
Rio de Janeiro , 1938
Na praia sangrenta a gelatina verde das algas — horizontes! Os olhos do afogado à tona e o sexo no fundo (a contemplação na desagregação da forma...) O mar......
Provavelmente não virei montado...
Rio de Janeiro , 2004
Provavelmente não virei montado Em cavalo nenhum, como soía Nem de armadura, que essa, trago vestida Feita do aço da vida Sobre a cota de malha do...
Quando me ergui ela dormia, nua...
Rio de Janeiro , 2004
Oxford Quando me ergui ela dormia, nua E sorria, em seu sono desmaiada Tinha a face longínqua e iluminada E alto, seu sexo sugava a Lua. Toquei-a, ela fremiu,...