volverPara viver um grande amor

Smith-Corona versus Vat-69

Hoje eu colocarei pequenas lâmpadas em todos os lírios, e acenderei os campos da Terra para que a Lua, quando nasça, pense que está bêbada, e que o Infinito virou ao contrário, e vomite sobre o Mundo uma galáxia multicor. 

Depois me mandarei a Marte (mandar-me-ei a Marte)? num foguete interplanetário onde haja um único LP (e a quem decifrá-lo, em cartas à redação, eu, esfingético, o devorarei). 

E partirei para a ignorância, com Jayme Ovalle, Arletty e Katchaturian, pregando rabos de papel em futuros camelôs da República e desenhando a carvão sobre os muros brancos a fórmula da desagregação da rosa. 

Mas que não me exorcizem os clérigos, nem que prendam os "tiras", pois eu os perfurarei de semifusas com a minha guitarra automática, e se forem muitos, os debandarei com violentas granadas mias. 

Porque ou muito me engano ou tomarei um pileque de Arpège e beijarei novamente o rosto do poeta Carlos, e mergulharei no largo do Passeio Público para procurar meus óculos, enquanto o arquiteto Carlos arranca os cabelos, e depois reinventarei a TV com o desenhista Carlos, e terminarei dando um balão no compadre Carlos, de cujo mármore será feita a minha lápide.* 

E que não me venham dizer que é tarde, que não há divisas e Feu Mathias Pascal quer dizer que ele morreu. Tampouco vociferem contra o cravo, contra Tchaikovski e contra as panelas a jacto. Cabe de tudo neste mundo, filhos meus. Não é à toa que os homens do Nepal não querem nada com as mulheres de Cochabamba. Mais vale um mamão na mão que uma mão no pé. É ou não é? Purque si num fô eu vô contá pa Exu ti castigá fazê mandinga cantá maringá acarajé camocim sobral. 

E depois há o problema da transcendência do mito, da ubiqüidade do pito e do werbundenshaft. Mas eu partirei, altivo e desdenhoso, e deixar-me-ei, esquivo, lá onde Zaratustra vivia rododendro as unhas de inveja de Prometeu. 

E cantarei a caraboo comendo carambolas no quintal de meu ex-avô. E porei borboletas em moringas, sapatos em geladeiras e faturas em cavernas. Abúlico, seguirei a rota de Livingstone para ir desaguar no Elephant Blanc. Beberei champanha em fêmures e erguerei um brinde à ordem nova. Nova, uma ova! Ordem era a ordem-unida com a moçada marchando firme ali pelo Ibirapuera um-dois-feijão-com-arroz o sargento Carlão gritando alto! pra comê umas melancias a gente se rindo cutuba! 

É Flórida. Em verdade vos digo que é Flórida, é mais que Flórida é Florença, e mais que Florença é Florianópolis. E antes que venha Floriano, reelejamos Deodoro. Ou dê, ou doro! E necalina de virivizera, senão eu chamo o Moringueira pra lhe passar uma rasteira, e eu sei que ele não se restringe de lhe riscar uma solinge desde o maneco até a esfinge. Tá bom? Porque a verdade é que é tudo mu-munha, MU-MUNHA! E não me venha com essa história de Crato que eu sou é de Fortaleza, j'oviu? e conheço Gilberto, Antiógenes, e João Condé, j'oviu? E sou dono de boate em Maceió e de serviço de marinete em Feira de Sant'Ana e tenho mucho dinheiro para comprar até bomba de gasolina feito o Frederico C. esse homem bom cabra da peste com nome de navio, que quase que trouche Marlene mas trouche Sara Vagão, o danado do homem trouche, homem danado! 

Sabem que foi Saleuco? Scotus? Schutzenberger? Conhece Seleções? Qual é o seu I.Q.? Acaso dir-me-ia o que é, dir-me-ia, acaso, o que é diácope? 

É inútil, ó Revisor. Não é mesmo para entender. Remember Stanislaw. Não toqueis! Noli me tangere! Não é tangerina não que eu queria dizer, ouviu, Revisor? 

Montevideanamente vosso... 



* Infelizmente, a Morte não quis assim e deu prioridade a Carlos Echenique.