Alba
Rio de Janeiro , 1935
Alba, no canteiro dos lírios estão caídas as pétalas de uma rosa cor de sangue Que tristeza esta vida, minha amiga... Lembras-te quando vínhamos na tarde roxa e eles...
Alexandra, a caçadora
Rio de Janeiro , 2004
Todos sabemos de cor Mas nunca como Alexandra Porque Alexandra é a maior! Olhem bem o nome: rima Com força locomotriz Pode subir serra acima ...
Algumas vezes tem acontecido que estando a amiga...
Rio de Janeiro , 2004
De repente calma, e eu em sua companhia Por causa de um céu azul, ou de um azul de nostalgia Ela me prende e me beija e me acarinha, e eu perdido por aquela Suavidade,...
Amigo Di Cavalcanti...
Rio de Janeiro , 2004
São Paulo, nos 66 anos do pintor mais jovem do Brasil Amigo Di Cavalcanti A hora é grave e inconstante. Tudo aquilo que prezamos O povo, a arte, a...
Ariana, a mulher
Rio de Janeiro , 1936
Quando, aquela noite, na sala deserta daquela casa cheia da montanha em torno O tempo convergiu para a morte e houve uma cessação estranha seguida de um debruçar do instante para o...
Balada da praia do Vidigal
Rio de Janeiro , 1946
A lua foi companheira Na praia do Vidigal Não surgiu, mas mesmo oculta Nos recordou seu luar Teu ventre de maré cheia Vinha em ondas me puxar ...
Balada das duas mocinhas de Botafogo
Rio de Janeiro , 1935
Eram duas menininhas Filhas de boa família: Uma chamada Marina A outra chamada Marília. Os dezoito da primeira Eram brejeiros e finos Os vinte...
Balada de Botafogo
Rio de Janeiro , 2004
Ó luas de Botafogo Luas que não voltam mais A se masturbarem nuas Sobre o flúmen dessas ruas Minhas ruas transversais. Ó transversais,...
Balada de Di Cavalcanti
Rio de Janeiro , 2004
Nos sessenta e cinco anos do pintor mais jovem do Brasil Carioca Di Cavalcanti É com a maior emoção Que este também carioca Te traz...
Balada de Pedro Nava
Rio de Janeiro , 1946
(O anjo e o túmulo) I Meu amigo Pedro Nava Em que navio embarcou: A bordo do Westphalia Ou a bordo do Lidador? Em que...
Balada do cavalão
Rio de Janeiro , 1946
A tarde morre bem tarde No morro do Cavalão... Tem um poder de sossego. Dentro do meu coração Quanto sangue derramado! Balança, rede,...
Balada do enterrado vivo
Rio de Janeiro , 1946
Na mais medonha das trevas Acabei de despertar Soterrado sob um túmulo. De nada chego a lembrar Sinto meu corpo pesar Como se fosse de chumbo. ...
Balada do morto vivo
rio de Janeiro , 1954
Tatiana, hoje vou contar O caso do Inglês espírito Ou melhor: do morto vivo. Diz que mesmo sucedeu E a dona protagonista Se quiser pode ser vista No hospício mais...
Balada feroz
Rio de Janeiro , 1938
Canta uma esperança desatinada para que se enfureçam silenciosamente os cadáveres dos afogado Canta para que grasne sarcasticamente o corvo que tens pousado sobre a tua...
Balada negra
Rio de Janeiro , 1935
Éramos meu pai e eu E um negro, negro cavalo Ele montado na sela, Eu na garupa enganchado. Quando? eu nem sabia ler Por quê? saber não me foi...