voltarPoesias

Balada de Botafogo

Rio de Janeiro , 2004

Ó luas de Botafogo 
Luas que não voltam mais 
A se masturbarem nuas 
Sobre o flúmen dessas ruas 
Minhas ruas transversais. 
Ó transversais, ó travessas 
Sombrias, sentimentais 
Cheias de escuros propícios 
Aos incansáveis inícios 
Do adolescente Vinicius 
Da Cruz de Mello Moraes.
 
................................................. 

Ó Escola Afrânio Peixoto 
Que me ensinaste a paixão: 
Que é da menina sardenta 
Que um dia me deu um beijo 
Na hora da elevação? 
Ah, que coisinha sedenta... 
Ah, que brinquedos de mão! 

................................................. 

Ó rua Dona Mariana 
Que me fazias sofrer 
Ao som triste da pavana 
Ao piano no entardecer... 
Ó Colégio Santo Inácio 
Onde me bacharelei! 
Ah, se meu verso contasse 
As confissões que não fiz 
As preces que não rezei...