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Poema para Gilberto Amado

Paris , 1962

O homem que pensa 
Tem a fronte imensa 
Tem a fronte pensa 
Cheia de tormentos. 
O homem que pensa 
Traz nos pensamentos 
Os ventos preclaros 
Que vêm das origens. 
O homem que pensa 
Pensamentos claros 
Tem a fronte virgem 
De ressentimentos. 
Sua fronte pensa 
Sua mão escreve 
Sua mão prescreve 
Os tempos futuros. 
Ao homem que pensa 
Pensamentos puros 
O dia lhe é duro 
A noite lhe é leve: 
Que o homem que pensa 
Só pensa o que deve 
Só deve o que pensa