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Morro de sede! a minha ânsia...

Rio de Janeiro , 2004

Morro de sede! a minha ânsia 
Não pode mais 
Dêem-me água fria, dêem-me leite 
Dêem-me morangos verdes, verdes 
Dêem-me a boquinha de Yayá. 
Meu corpo todo sente a falta. 

Sinto sede, quero me embebedar de cerveja gelada 
Quero que chova, eu sentado num bar galego... e as raparigas 
Estou cáustico, meus pulrnões estertoram, […] meu estômago 
Se contrai como um corvo, ardendo do verde absinto. 
Ah, quero a plenitude fria, mulheres gordas de nádegas abaixo, de seios. 
Preciso dos banhos de bica, das sensatas intermináveis dores do coração 
Dêem-me cigarros fortes, salada de batata e um pouco de gelo para eu chupar. 
Sinto sede! quero dormir na língua de Marian Anderson ouvindo cantos. 
Quero acampamentos.