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Decididamente

Vinicius de Moraes, Edu Lobo

Decididamente, eu não sou gente. 
Eu sou um ente incompetente, mal-acabado 
Eu, infelizmente, não consigo sequer ser um mendingo 
Dá tudo errado 
Deus, quando me fez, devia estar muito invocado 
Ganhou o campeonato de fazer nego sofrer 
Urubu pousou na minha sorte 
Eu nasci pra boi de corte 
Deu cupim no meu viver 

Sábado passado, quando eu vinha 
Uma zinha "da pontinha" 
Fez uma linda carinha para mim 
Eu, aí, peguei minha pessoa 
E fui andando para a boa 
Na esperança de um domingo menos ruim 

Pois, amigo, que é que você acha 
Vou e levo uma "bolacha" 
De um frajola que eu não sei de onde surgiu 
E que, além de tudo, não contente 
Me mandou apenasmente 

Quando você está mesmo sem sorte 
Nem a vida e nem a morte 
Querem nada de saber de você, não 
Você pode estar morto, defunto 
E vêm os vermes todos juntos 
Lhe pedir pra não seguir a refeição 

Chega o dia e a vida está tão chata 
Que você pega e se mata 
Dá um tiro que parece de canhão 
Mas a sua sorte é tão ingrata que ele sai pela culatra 
Com licença da expressão

Tonga Editora Musical LTDA