Elegia desesperada
Oxford , 1943
Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra — alguém; alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto morriam As aves do céu!...
Elegia lírica
Itatiaia-RJ , 1943
Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul E em vão eram tristes os rios e torvas as águas Nos...
Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e Cidadão
rio de Janeiro , 1954
A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe, viúva. De repente não tinha pai. No escuro de minha casa em Los...
Elegia quase uma ode
Itatiaia-RJ , 1943
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem. O verso que mergulha o fundo de minha alma É simples e fatal, mas não traz carícia... Lembra-me de ti, poesia...
Epitalâmio
2013
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada balançava-se Numa...
Esta manhã a casa madruguei...
Rio de Janeiro , 2004
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada...
Eu creio na alma...
Rio de Janeiro , 2004
Eu creio na alma Nau feita para as grandes travessias Que vaga em qualquer mar e habita em qualquer porto Eu creio na alma imensa A alma dos grandes mistérios ...
Exumação de Mário de Andrade
Rio de Janeiro , 2004
No 17º ano da sua morte e no 40º do seu nascimento Na semana de Arte Moderna Minha casa de Saint Andrews Place. Duas da manhã. Abro uma gaveta Com um...
Feijoada à minha moda
Rio de Janeiro , 1962
Amiga Helena Sangirardi Conforme um dia eu prometi Onde, confesso que esqueci E embora - perdoe - tão tarde (Melhor do que nunca!) este poeta Segundo...
Genebra em dezembro
Genebra , 1954
Campos de neve e píncaros distantes Sinos que morrem Asas brancas em frios céus distantes Águas que correm. ...
Ilha do Governador
Rio de Janeiro , 1935
Esse ruído dentro do mar invisível são barcos passando Esse ei-ou que ficou nos meus ouvidos são os pescadores esquecidos Eles vêm remando sob o peso de grandes...
Inatingível
Rio de Janeiro , 1933
O que sou eu, gritei um dia para o infinito E o meu grito subiu, subiu sempre Até se diluir na distância. Um pássaro no alto planou voo E mergulhou no espaço. Eu segui...
Introspecção
Rio de Janeiro , 1933
Nuvens lentas passavam Quando eu olhei o céu. Eu senti na minha alma a dor do céu Que nunca poderá ser sempre calmo. Quando eu olhei a árvore perdida Não vi...
Jogos e folguedos: Maria Mulata
Rio de Janeiro , 2004
Aos coros infantis Sempre preferia Os jogos de Maria Mexendo os quadris. - Maria, levanta a saia Maria, suspende o braço Maria, me dá um...
Lisboa tem terremoto...
Rio de Janeiro , 2004
Lisboa tem terremoto Porém, em compensação Tem muitas cores no céu Muitos amores no chão Tem, numa casa pequena O poeta Alexandre...