Da fidelidade
Rio de Janeiro , 2004
Há alguma coisa maior que nós mesmos que é a fidelidade a nós mesmos Flor espantosa que vive das águas cáusticas e das terras apodrecidas da prodigiosa...
De madrugada, na alta serra...
Rio de Janeiro , 2004
De madrugada, na alta serra Desencanta-se o Príncipe da Terra De madrugada, na alta serra Ouve-se a voz que aterra O canto pressago, frio como um sorriso Do...
De sobre ti levanto o meu cadáver...
Rio de Janeiro , 2004
De sobre ti levanto o meu cadáver. Vejo teus seios que fogem, teu rosto que se cobre de sombras O ventre maldito nos acorrenta ainda. Sinto que penetras um mar...
Desde sempre
Rio de Janeiro , 1933
Na minha frente, no cinema escuro e silencioso Eu vejo as imagens musicalmente rítmicas Narrando a beleza suave de um drama de amor. Atrás de mim, no cinema escuro e silencioso...
Desert Hot Springs
Rio de Janeiro , 1954
Na piscina pública de Desert Hot Springs O homem, meu heroico semelhante Arrasta pelo ladrilho deformidades insolúveis. Nesta, como em outras lutas Sua grandeza reveste-se de uma...
E depois tem a questão de ter paciência...
Rio de Janeiro , 2004
E depois tem a questão de ter paciência Não se deixar levar, estar preparado e ao mesmo tempo certo De que ainda é possível... E depois Tem a...
Ele é o mundo extremo de beleza...
Rio de Janeiro , 2004
Ele é o mundo extremo de beleza e de todas as idéias passadas e futuras É a sabedoria de todas as coisas na sua essência de música e de poesia É a...
Elegia ao primeiro amigo
Rio de Janeiro , 1943
Seguramente não sou eu Ou antes: não é o ser que eu sou, sem finalidade e sem história. É antes uma vontade indizível de te falar docemente De te lembrar...
Elegia de Paris
Rio de Janeiro , 2004
Maintenant j'ai trop vu. Neste momento Eu gostaria de esquecer as prostitutas de Amsterdam Em seus mostruários, e os modelos De Dior, comendo...
Elegia desesperada
Oxford , 1943
Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra — alguém; alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto morriam As aves do céu!...
Elegia lírica
Itatiaia-RJ , 1943
Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul E em vão eram tristes os rios e torvas as águas Nos...
Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e Cidadão
rio de Janeiro , 1954
A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe, viúva. De repente não tinha pai. No escuro de minha casa em Los...
Elegia quase uma ode
Itatiaia-RJ , 1943
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem. O verso que mergulha o fundo de minha alma É simples e fatal, mas não traz carícia... Lembra-me de ti, poesia...
Epitáfio
Rio de Janeiro , 1939
Aqui jaz o Sol Que criou a aurora E deu a luz ao dia E apascentou a tarde O mágico pastor De mãos luminosas Que fecundou as rosas E...
Epitalâmio
2013
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada balançava-se Numa...