A brusca poesia da mulher amada
Rio de Janeiro , 1938
Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente... Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte! A...
A espantosa ode a São Francisco de Assis
Rio de Janeiro , 2004
1 Meu são Francisco de Assis, Francisco de Assim, poverello, ou como te chame a sabedoria dos povos e dos homens Este é Vinicius de Moraes, de quem se podia dizer - o poeta - se...
A esposa
Rio de Janeiro , 1933
Às vezes, nessas noites frias e enevoadas Onde o silêncio nasce dos ruídos monótonos e mansos Essa estranha visão de mulher calma Surgindo do vazio dos meus olhos...
A manhã do morto
rio de Janeiro , 1954
O poeta, na noite de 25 de fevereiro de 1945, sonha que vários amigos seus perderam a vida num desastre de avião, em meio a uma inexplicável viagem para São Paulo. ...
A máscara da noite
Rio de Janeiro , 1954
Sim, essa tarde conhece todos os meus pensamentos Todos os meus segredos e todos os meus patéticos anseios Sob esse céu como uma visão azul de incenso As estrelas são...
A rosa desfolhada
Rio de Janeiro , 2004
Tento compor o nosso amor Dentro da tua ausência Toda a loucura, todo o martírio De uma paixão imensa Teu toca-discos, nosso retrato Um tempo...
A vã pergunta
Rio de Janeiro , 2004
Esta jovem pensativa, de olhos cor de mel e de longas pestanas penumbrosas Que está sentada junto àquele jovem triste de largos ombros e rosto magro É ela a amada dele...
Alba
Rio de Janeiro , 1935
Alba, no canteiro dos lírios estão caídas as pétalas de uma rosa cor de sangue Que tristeza esta vida, minha amiga... Lembras-te quando vínhamos na tarde roxa e eles...
Algumas vezes tem acontecido que estando a amiga...
Rio de Janeiro , 2004
De repente calma, e eu em sua companhia Por causa de um céu azul, ou de um azul de nostalgia Ela me prende e me beija e me acarinha, e eu perdido por aquela Suavidade,...
Elegia desesperada
Oxford , 1943
Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra — alguém; alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto morriam As aves do céu!...
Elegia lírica
Itatiaia-RJ , 1943
Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul E em vão eram tristes os rios e torvas as águas Nos...
Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e Cidadão
rio de Janeiro , 1954
A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe, viúva. De repente não tinha pai. No escuro de minha casa em Los...
Elegia quase uma ode
Itatiaia-RJ , 1943
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem. O verso que mergulha o fundo de minha alma É simples e fatal, mas não traz carícia... Lembra-me de ti, poesia...
Epitalâmio
2013
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada balançava-se Numa...
Esta manhã a casa madruguei...
Rio de Janeiro , 2004
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada...