Soneto da madrugada
Rio de Janeiro , 1946
Pensar que já vivi à sombra escura Desse ideal de dor, triste ideal Que acima das paixões do bem e do mal Colocava a paixão da criatura! ...
Soneto de carnaval
Oxford , 1939
Distante o meu amor, se me afigura O amor como um patético tormento Pensar nele é morrer de desventura Não pensar é matar meu pensamento. Seu...
Soneto do amigo
Rio de Janeiro , 2004
Los Angeles Enfim, depois de tanto erro passado Tantas retaliações, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo Nunca perdido, sempre reencontrado. ...
Soneto simples
Rio de Janeiro , 1938
Chegara enfim o mesmo que partira: a porta aberta e o coração voando ao encontro dos olhos e das mãos. Velhos pássaros, velhas criaturas, almas cinzentas plácidas...
Vazio
Rio de Janeiro , 1933
A noite é como um olhar longo e claro de mulher. Sinto-me só. Em todas as coisas que me rodeiam Há um desconhecimento completo da minha infelicidade. A noite alta me espia...
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