Cinepoema
rio de Janeiro , 1954
O preto no branco Manuel Bandeira O preto no banco A branca na areia O preto no banco A branca na areia Silêncio na praia De Copacabana. A branca no branco Dos olhos...
Contemplações do poeta ao cair da noite
Rio de Janeiro , 1962
Ainda há pouco, a reler a página admirável de frei Luís de Sousa, cujo título, possivelmente dado pelos antologistas Álvaro Lins e Aurélio Buarque de...
Copacabana
Los Angeles , 1948
Esta é Copacabana, ampla laguna Curva e horizonte, arco de amor vibrando Suas flechas de luz contra o infinito. Aqui meus olhos desnudaram estrelas Aqui meus...
Ela entrou como um pássaro no museu de memórias...
Rio de Janeiro , 2004
Ela entrou como um pássaro no museu de memórias E no mosaico em preto e branco pôs-se a brincar de dança. Não soube se era um anjo, seus braços...
Ele é o mundo extremo de beleza...
Rio de Janeiro , 2004
Ele é o mundo extremo de beleza e de todas as idéias passadas e futuras É a sabedoria de todas as coisas na sua essência de música e de poesia É a...
Elegia ao primeiro amigo
Rio de Janeiro , 1943
Seguramente não sou eu Ou antes: não é o ser que eu sou, sem finalidade e sem história. É antes uma vontade indizível de te falar docemente De te lembrar...
Elegia desesperada
Oxford , 1943
Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra — alguém; alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto morriam As aves do céu!...
Elegia lírica
Itatiaia-RJ , 1943
Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul E em vão eram tristes os rios e torvas as águas Nos...
Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e Cidadão
rio de Janeiro , 1954
A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe, viúva. De repente não tinha pai. No escuro de minha casa em Los...
Elegia quase uma ode
Itatiaia-RJ , 1943
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem. O verso que mergulha o fundo de minha alma É simples e fatal, mas não traz carícia... Lembra-me de ti, poesia...
Epitalâmio
2013
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada balançava-se Numa...
Esta manhã a casa madruguei...
Rio de Janeiro , 2004
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada...
Eu venho te trazer esta mulher...
Rio de Janeiro , 2004
Eu venho te trazer esta mulher - é louca!... tem olhar de céu mas o céu é morto nos seus olhos Toma, é tua! - é bela, eu a vi nua... seus seios são...
Exumação de Mário de Andrade
Rio de Janeiro , 2004
No 17º ano da sua morte e no 40º do seu nascimento Na semana de Arte Moderna Minha casa de Saint Andrews Place. Duas da manhã. Abro uma gaveta Com um...
Ilha do Governador
Rio de Janeiro , 1935
Esse ruído dentro do mar invisível são barcos passando Esse ei-ou que ficou nos meus ouvidos são os pescadores esquecidos Eles vêm remando sob o peso de grandes...