De sobre ti levanto o meu cadáver...
Rio de Janeiro , 2004
De sobre ti levanto o meu cadáver. Vejo teus seios que fogem, teu rosto que se cobre de sombras O ventre maldito nos acorrenta ainda. Sinto que penetras um mar...
Desert Hot Springs
Rio de Janeiro , 1954
Na piscina pública de Desert Hot Springs O homem, meu heroico semelhante Arrasta pelo ladrilho deformidades insolúveis. Nesta, como em outras lutas Sua grandeza reveste-se de uma...
Dois poeminhas com Sputnik
Rio de Janeiro , 1962
I * Vai, Jorge Lafayette Vai em frente, menininho Pula muro, pinta o sete Manda a bola no vizinho Briga com a turma da rua Sai correndo, joga pique ...
Ela entrou como um pássaro no museu de memórias...
Rio de Janeiro , 2004
Ela entrou como um pássaro no museu de memórias E no mosaico em preto e branco pôs-se a brincar de dança. Não soube se era um anjo, seus braços...
Elegia ao primeiro amigo
Rio de Janeiro , 1943
Seguramente não sou eu Ou antes: não é o ser que eu sou, sem finalidade e sem história. É antes uma vontade indizível de te falar docemente De te lembrar...
Elegia de Taormina
Rio de Janeiro , 2004
Taormina A dupla profundidade do azul Sonda o limite dos jardins E descendo até a terra o transpõe. Ter o Etna, coberto de neve, ao horizonte da mão, ...
Elegia desesperada
Oxford , 1943
Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra — alguém; alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto morriam As aves do céu!...
Elegia lírica
Itatiaia-RJ , 1943
Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul E em vão eram tristes os rios e torvas as águas Nos...
Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e Cidadão
rio de Janeiro , 1954
A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe, viúva. De repente não tinha pai. No escuro de minha casa em Los...
Elegia quase uma ode
Itatiaia-RJ , 1943
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem. O verso que mergulha o fundo de minha alma É simples e fatal, mas não traz carícia... Lembra-me de ti, poesia...
Epitáfio
Rio de Janeiro , 1939
Aqui jaz o Sol Que criou a aurora E deu a luz ao dia E apascentou a tarde O mágico pastor De mãos luminosas Que fecundou as rosas E...
Epitalâmio
2013
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada balançava-se Numa...
Esta manhã a casa madruguei...
Rio de Janeiro , 2004
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada...
Eu creio na alma...
Rio de Janeiro , 2004
Eu creio na alma Nau feita para as grandes travessias Que vaga em qualquer mar e habita em qualquer porto Eu creio na alma imensa A alma dos grandes mistérios ...
Eu nasci marcado pela paixão
Rio de Janeiro , 2004
Eu nasci marcado pela Paixão, Pedro, meu filho... E porque por ela nasci marcado, a ela me entreguei sem remissão desde menino, e o primeiro gesto que fiz foi buscar um seio de...