Soneto de Oxford
Rio de Janeiro , 1957
Oh, partir pela noite enluarada No puro anseio de chegar lá onde A minha doce e fugitiva amada Na madrugada, trêmula, se esconde... Oh, sentir palpitar em cada fronde O amor,...
Soneto do amor total
Rio de Janeiro , 1951
Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade Amo-te afim,...
Soneto simples
Rio de Janeiro , 1938
Chegara enfim o mesmo que partira: a porta aberta e o coração voando ao encontro dos olhos e das mãos. Velhos pássaros, velhas criaturas, almas cinzentas plácidas...
Tanguinho macabro
Rio de Janeiro , 2004
- Maricota, sai da chuva Você vai se resfriar! Maricota, sai da chuva Você vai se resfriar! - Não me chamo Maricota Nem me vou arresfriar ...
Três respostas em face de Deus
Rio de Janeiro , 1935
Familles, je vous hais! foyers clos; portes refermées; possessions jalouses du bonheur. A. Gide C'est l'ami ni ardent ni faible. L'ami. ...
Uiaras, na montanha, ao sol,...
Rio de Janeiro , 2004
Uiaras, na montanha, ao sol, sob a cascata Rutilante, movendo as nádegas de prata Na farta esmeralda do limo, em gelatina Nuas, verdes, nas grandes pedras, na água...
Uma mulher no meio do mar
Rio de Janeiro , 1935
(Sobre um desenho original de Almir Castro) Na praia batida de vento a voz entrecortada chama Dentro da noite amarga a grande lua está contigo e está com ela — pousa o teu...
Viagem à sombra
Rio de Janeiro , 1938
Tua casa sozinha — lassidão infinita dos devaneios, dos segredos. Frocos verdes de perfume sobre a malva penumbra (e a tua carne em pianíssimo, grande gata branca de fala moribunda) e...
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