backPoetry

De sobre ti levanto o meu cadáver...

Rio de Janeiro , 2004

De sobre ti levanto o meu cadáver. 
Vejo teus seios que fogem, teu rosto que se cobre de sombras 
O ventre maldito nos acorrenta ainda. 
Sinto que penetras um mar desconhecido 
Que te diluis lentamente, as pupilas abertas no flanco das águas 
Que aprofundas regiões onde eu nunca poderei chegar 
O mistério cobre-te da presença da morte 
És tu mesma e não eu - eu sou o corpo que bóia. 

De sobre ti, mulher, levanto o meu cadáver.