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VINICIUS CANTA “NOSSA FILHA GABRIELA”

Polydor, 1972

Direção e produção: Cayon J. Gadia
  • Sei lá... a vida tem sempre razão

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Tem dias que eu fico 
    Pensando na vida 
    E sinceramente 
    Não vejo saída 
    Como é, por exemplo 
    Que dá pra entender 
    A gente mal nasce 
    Começa a morrer 
    Depois da chegada 
    Vem sempre a partida 
    Porque não há nada 
    Sem separação 

    Sei lá, sei lá 
    A vida é uma grande ilusão 
    Sei lá, sei lá 
    Só sei que ela está com a razão 

    A gente nem sabe 
    Que males se apronta 
    Fazendo de conta 
    Fingindo esquecer 
    Que nada renasce 
    Antes que se acabe 
    E o sol que desponta 
    Tem que anoitecer 
    De nada adianta 
    Ficar-se de fora 
    A hora do sim 
    É um descuido do não 

    Sei lá, sei lá 
    Só sei que é preciso paixão 
    Sei lá, sei lá 
    A vida tem sempre razão

    Tonga Editora Musical LTDA
  • Amor em solidão

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Estrela que morreu 
    Ainda palpita em vão 
    A tua luz sou eu 
    Amando em solidão 
    Noturno mar sem Deus 
    Tu és na escuridão 
    Igual aos cantos meus 
    Uma desolação 

    Ah, se eu pudesse dizer-te 
    Que pela graça de ver-te 

    Já nem me importa ter que fingir 
    E a cada ruga que nasce 
    Tento esconder minha face 
    Na máscara que te faz sorrir 
    Porque este amor demais 
    Que nunca vai ter fim 
    Na morte que me traz 
    É a vida para mim

    Tonga Editora Musical LTDA
  • Ele e ela

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Instrumental
  • Modinha nº1

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Mulher, ouve o meu desespero,
    É só teu meu inteiro amor.
    Oh, vem, tem um gesto e perdoa
    A demência do teu cantor.

    Ai, como pode um pobre poeta escravo
    Padecer o travo de um doesto injusto,
    Só um dissabor.
    Ai, como pode tanto amor vivido
    Merecer o olvido, suportar o agravo
    Do teu desamor.

    Mulher, abre a tua janela,
    Aqui vela o teu trovador
    Que em pranto soluça
    Os seus últimos cantos
    Ao nosso amor.

    Vem e debruça tua imagem linda
    Sobre o triste poeta que soluça ainda
    De não ver-te mais.
    E abre o teu quarto aos passos meus, amantes,
    Para como dantes, nossos delirantes
    Beijos abismais.
  • O céu é o meu chão

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Minha alma é triste 
    Como o chão deste cerrado 
    Que se estende desolado 
    Por mil léguas de silêncio e solidão 
    E aonde a mulher que tem meu sono acorrentado 
    Nem parece dar cuidado 
    À grande mágoa que me vai no coração 

    Amor, meu tormento 
    Meu céu e meu chão 
    Aonde só se ouve o vento 
    Gemer de paixão 
    Amor, minha mágoa 
    Que nada desfaz 
    Este pranto sem água 
    Este canto sem paz 

    Ah, se ela enfim 
    Sentisse nela de repente 
    Que ela cala mas consente 
    Que ela sente que eu só quero os braços seus 
    E um dia assim como quem faz 
    Porque acontece num abraço 
    Ela me desse a esperança 
    De poder dizer-lhe adeus

    Tonga Editora Musical LTDA
  • La Casa

    Vinicius de Moraes, Sérgio Endrigo, Sergio Bardotti

    Era uma casa 
    Muito engraçada 
    Não tinha teto 
    Não tinha nada 
    Ninguém podia 
    Entrar nela não 
    Porque na casa 
    Não tinha chão 
    Ninguém podia 
    Dormir na rede 
    Porque a casa 
    Não tinha parede 
    Ninguém podia 
    Fazer pipi 
    Porque penico 
    Não tinha ali 
    Mas era feita 
    Com muito esmero 
    Na Rua dos Bobos 
    Número Zero.

    Tonga Editora Musical LTDA
  • A casa

    Vinicius de Moraes, Sérgio Endrigo, Sergio Bardotti

    Era uma casa
    Muito engraçada
    Não tinha teto
    Não tinha nada
    Ninguém podia entrar nela, não
    Porque na casa não tinha chão
    Ninguém podia dormir na rede
    Porque na casa não tinha parede
    Ninguém podia fazer pipi
    Porque penico não tinha ali
    Mas era feita com muito esmero
    Na rua dos Bobos
    Número zero
    Tonga Editora Musical LTDA
  • Valsa para uma menininha

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Menininha do meu coração
    Eu só quero você a três palmos do chão.
    Menininha não cresça mais não,
    Fique pequenininha na minha canção.
    Senhorinha levada, batendo palminha,
    Fingindo assustada do bicho-papão.

    Menininha, que graça é você,
    Uma coisinha assim, começando a viver.
    Fique assim, meu amor, sem crescer,
    Porque o mundo é ruim, é ruim, e você
    Vai sofrer de repente uma desilusão
    Porque a vida somente é seu bicho-papão.

    Fique assim, fique assim, sempre assim
    E se lembre de mim pelas coisas que eu dei.
    E também não se esqueça de mim
    Quando você souber, enfim,
    De tudo que eu guardei.
  • O pato

    Vinicius de Moraes, Toquinho, Paulo Soledade

    Lá vem o Pato 
    Pata aqui, pata acolá 
    Lá vem o Pato 
    Para ver o que é que há. 
    O Pato pateta 
    Pintou o caneco 
    Surrou a galinha 
    Bateu no marreco 
    Pulou do poleiro 
    No pé do cavalo 
    Levou um coice 
    Criou um galo 
    Comeu um pedaço 
    De jenipapo 
    Ficou engasgado 
    Com dor no papo 
    Caiu no poço 
    Quebrou a tigela 
    Tantas fez o moço 
    Que foi pra panela.

    Tonga Editora Musical LTDA
  • Modinha

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Mulher, ouve o meu desespero,
    É só teu meu inteiro amor.
    Oh, vem, tem um gesto e perdoa
    A demência do teu cantor.

    Ai, como pode um pobre poeta escravo
    Padecer o travo de um doesto injusto,
    Só um dissabor.
    Ai, como pode tanto amor vivido
    Merecer o olvido, suportar o agravo
    Do teu desamor.

    Mulher, abre a tua janela,
    Aqui vela o teu trovador
    Que em pranto soluça
    Os seus últimos cantos
    Ao nosso amor.

    Vem e debruça tua imagem linda
    Sobre o triste poeta que soluça ainda
    De não ver-te mais.
    E abre o teu quarto aos passos meus, amantes,
    Para como dantes, nossos delirantes
    Beijos abismais.
  • O céu é o meu chão

    Vinicius de Moraes, Toquinho

    Minha alma é triste 
    Como o chão deste cerrado 
    Que se estende desolado 
    Por mil léguas de silêncio e solidão 
    E aonde a mulher que tem meu sono acorrentado 
    Nem parece dar cuidado 
    À grande mágoa que me vai no coração 

    Amor, meu tormento 
    Meu céu e meu chão 
    Aonde só se ouve o vento 
    Gemer de paixão 
    Amor, minha mágoa 
    Que nada desfaz 
    Este pranto sem água 
    Este canto sem paz 

    Ah, se ela enfim 
    Sentisse nela de repente 
    Que ela cala mas consente 
    Que ela sente que eu só quero os braços seus 
    E um dia assim como quem faz 
    Porque acontece num abraço 
    Ela me desse a esperança 
    De poder dizer-lhe adeus

    Tonga Editora Musical LTDA