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OS AFROSAMBAS

Forma, 1966

Direção e produção artísticas: Roberto Quartin e Wadi Gebara
Arranjos e regência: Guerra Peixe
Participação: Quarteto em Cy
  • Canto de Ossanha

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    O homem que diz "dou" não dá 
    Porque quem dá mesmo não diz 
    O homem que diz "vou" não vai 
    Porque quando foi já não quis 
    O homem que diz "sou" não é 
    Porque quem é mesmo é "não sou" 
    O homem que diz "estou" não está 
    Porque ninguém está quando quer 
    Coitado do homem que cai 
    No canto de Ossanha, traidor 
    Coitado do homem que vai 
    Atrás de mandinga de amor 

    Vai, vai, vai, vai, não vou 
    Vai, vai, vai, vai, não vou 
    Vai, vai, vai, vai, não vou 
    Vai, vai, vai, vai, não vou 
    Que eu não sou ninguém de ir 
    Em conversa de esquecer 
    A tristeza de um amor que passou 
    Não, eu só vou se for pra ver 
    Uma estrela aparecer 
    Na manhã de um novo amor 

    Amigo sinhô 
    Saravá 
    Xangô me mandou lhe dizer 
    Se é canto de Ossanha, não vá 
    Que muito vai se arrepender 
    Pergunte pro seu Orixá 
    Amor só é bom se doer 

    Vai, vai, vai, vai amar 
    Vai, vai, vai, vai sofrer 
    Vai, vai, vai, vai chorar 
    Vai, vai, vai, vai dizer 
    Que eu não sou ninguém de ir 
    Em conversa de esquecer 
    A tristeza de um amor que passou 
    Não, eu só vou se for pra ver 
    Uma estrela aparecer 
    Na manhã de um novo amor

    Tonga Editora Musical LTDA 
  • Canto de Xangô

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Eu vim de bem longe 
    Eu vim, nem sei mais de onde é que eu vim 
    Sou filho de Rei 
    Muito lutei pra ser o que eu sou 
    Eu sou negro de cor 
    Mas tudo é só amor em mim 
    Tudo é só amor para mim 
    Xangô Agodô 
    Hoje é tempo de amor 
    Hoje é tempo de dor, em mim 
    Xangô Agodô 

    Salve, Xangô, meu Rei Senhor 
    Salve, meu orixá 
    Tem sete cores sua cor 
    Sete dias para a gente amar 

    Mas amar é sofrer 
    Mas amar é morrer de dor 
    Xangô meu Senhor, saravá! 
    Xangô meu Senhor! 
    Mas me faça sofrer 
    Mas me faça morrer de amor 
    Xangô meu Senhor, saravá! 
    Xangô Agodô!

    Tonga Editora Musical LTDA 
  • Bocochê

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Menina bonita, pra onde é “qu’ocê” vai
    Menina bonita, pra onde é “qu’ocê” vai
    Vou procurar o meu lindo amor
    No fundo do mar
    Vou procurar o meu lindo amor
    No fundo do mar

    Nhem, nhem, nhem
    É onda que vai
    Nhem, nhem, nhem
    É onda que vem
    Nhem, nhem, nhem
    Tristeza que vai
    Nhem, nhem, nhem
    Tristeza que vem

    Foi e nunca mais voltou
    Nunca mais! Nunca mais
    Triste, triste me deixou

    Nhem, nhem, nhem
    É onda que vai
    Nhem, nhem, nhem
    É a vida que vem
    Nhem, nhem, nhem
    É a vida que vai
    Nhem, nhem, nhem
    Não volta ninguém

    Menina bonita, não vá para o mar
    Menina bonita, não vá para o mar
    Vou me casar com o meu lindo amor
    No fundo do mar
    Vou me casar com o meu lindo amor
    No fundo do mar

    Nhem, nhem, nhem
    É onda que vai
    Nhem, nhem, nhem
    É onda que vem
    Nhem, nhem, nhem
    É a vida que vai
    Nhem, nhem, nhem
    Não volta ninguém

    Menina bonita que foi para o mar
    Menina bonita que foi para o mar
    Dorme, meu bem
    Que você também é Iemanjá
    Dorme, meu bem
    Que você também é Iemanjá

    Tonga Editora Musical LTDA 
  • Canto de Iemanjá

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Iemanjá, lemanjá 
    lemanjá é dona Janaína que vem 
    Iemanjá, Iemanjá 
    lemanjá é muita tristeza que vem 

    Vem do luar no céu 
    Vem do luar 
    No mar coberto de flor, meu bem 
    De Iemanjá 
    De lemanjá a cantar o amor 
    E a se mirar 
    Na lua triste no céu, meu bem 
    Triste no mar 

    Se você quiser amar 
    Se você quiser amor 
    Vem comigo a Salvador 
    Para ouvir lemanjá 

    A cantar, na maré que vai 
    E na maré que vem 
    Do fim, mais do fim, do mar 
    Bem mais além 
    Bem mais além 
    Do que o fim do mar 
    Bem mais além

    Tonga Editora Musical LTDA 
  • Tempo de amor (Samba do Veloso)

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Ah, bem melhor seria 
    Poder viver em paz 
    Sem ter que sofrer 
    Sem ter que chorar 
    Sem ter que querer 
    Sem ter que se dar 

    Mas tem que sofrer 
    Mas tem que chorar 
    Mas tem que querer 
    Pra poder amar 

    Ah, mundo enganador 
    Ah, não quer mais dizer amor 
    Ah, não existe coisa mais triste que ter paz 
    E se arrepender, e se conformar 
    E se proteger de um amor a mais 

    O tempo de amor 
    É tempo de dor 
    O tempo de paz 
    Não faz nem desfaz 

    Ah, que não seja meu 
    O mundo onde o amor morreu
  • Canto de Pedra Preta

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Olô, pandeiro 
    Olô, viola 
    Olô, pandeiro 
    Olô, viola 

    Pandeiro não quer 
    Que eu sambe aqui 
    Viola não quer 
    Que eu vá embora 

    Olô, pandeiro 
    Olô, viola 

    Pandeiro quando toca 
    Faz Pedra Preta chegar 
    Viola quando toca 
    Faz Pedra Preta sambar 

    Pandeiro diz: 
    Pedra Preta não samba aqui não 
    A viola diz: 
    Pedra Preta não sai daqui, não 

    Pedra Preta diz: 
    Pandeiro tem que pandeirar 
    Pedra Preta diz: 
    Viola tem que violar 

    O galo no terreiro 
    Fora de hora cantou 
    Pandeiro foi-se embora 
    E Pedra Preta gritou 

    Olô, pandeiro 
    Olô, viola 
    Olô, pandeiro 
    Olô, viola
  • Tristeza e solidão

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Sou da linha de umbanda 
    Vou no babalaô 
    Para pedir pra ela voltar pra mim 
    Porque assim eu sei que vou morrer de dor 

    Ela não sabe 
    Quanta tristeza cabe numa solidão 
    Eu sei que ela não pensa 
    Quanto a indiferença 
    Dói num coração 
    Se ela soubesse 
    O que acontece quando estou sozinho assim 
    Mas ela me condena 
    Ela não tem pena 
    Não tem dó de mim

    Tonga Editora Musical LTDA 
  • Lamento de Exu

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Instrumental