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Genebra em dezembro

Genebra , 1954

Campos de neve e píncaros distantes 
      Sinos que morrem 
Asas brancas em frios céus distantes 
      Águas que correm. 

Canais como caminhos prisioneiros 
      Em busca de saída 
Para os mares, os grandes, traiçoeiros 
      Mares da vida. 

Cisnes em bando interrogando as águas 
      Do Ródano, cativas 
Ruas sem perspectivas e sem mágoas 
      Fachadas pensativas. 

Chuva fina tangendo namorados 
      Sem amanhã 
Transitando transidos e apressados 
      Pont du Mont Blanc. 

Relógios pontuais batendo horas 
      Aqui, ali, adiante 
Vida sem tempo pela vida afora 
      Tédio constante. 

Tédio bom, tédio conselheiro, tédio 
      Da vida que não é 
E para a qual há sempre bom remédio 
      Do bar do "Rabelais".

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