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Ariana, a mulher

Rio de Janeiro, Pongetti, 1936

Ariana, a mulher é uma separata, isto é, uma publicação dedicada a um único e longo poema. Ele reafirma o lugar místico que a voz poética de Vinicius assumia nessa época, narrando a procura da mulher ideal – e idealizada. Morte, solidão e trevas no seu embate com a natureza conduzem o poeta por um sonho ao redor de Ariana e sua pureza salvadora. 

O livro, de certa forma, está ligado ao momento em que Vinicius começa novas relações intelectuais e de amizade. Ele se desloca do fechado grupo católico que fez na Faculdade de Direito do Catete em direção a amigos mais ligados à boemia e a outros humores mais terrenos. No mesmo ano em que Ariana, a mulher é lançado, o jovem poeta ganha amigos que durariam para o resto da vida, como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Lucio Costa, Jayme Ovalle, entre outros. Apesar disso, Ariana ainda traz o forte traço lírico-espiritual que os próximos livros começariam a colocar em xeque. 

Nota Bibliográfica

Ariana, a mulher foi publicado em 1936 (Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti), 22 p. Foram tirados 300 exemplares, numerados de 1 a 300 em edição fora do comércio. O livro compõe-se de um único poema, que lhe dá título. Traz a seguinte dedicatória: "A José Arthur da Frota Moreira - em relembrança".