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Sinos de Oxford

Rio de Janeiro , 1946

Cantai, sinos, sinos 
Cantai pelo ar 
Que tão puros, nunca 
Mais ireis cantar 
Cantai leves, leves 
E logo vibrantes 
Cantai aos amantes 
E aos que vão amar. 

Levai vossos cantos 
Às ondas do mar 
E saudai as aves 
Que vêm de arribar 
Em bandos, em bandos 
Sozinhas, do além 
Oh, aves! ó sinos 
Arribai também! 

Sinos! dóceis, doces 
Almas de sineiros 
Brancos peregrinos 
Do céu, companheiros 
Indeléveis! rindo 
Rindo sobre as águas 
Do rio fugindo... 
Consolai-me as mágoas! 

Consolai-me as mágoas 
Que não passam mais 
Minhas pobres mágoas 
De quem não tem paz. 
Ter paz… tenho tudo 
De bom e de bem... 
Respondei-me, sinos: 
A morte já vem?

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