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Novos poemas

Rio de Janeiro, José Olympio, 1938

Novos Poemas é o livro que aponta o momento de ruptura na obra poética – e na vida – de Vinicius de Moraes. O título, indicando a novidade, faz jus à renovação temática e formal de seus poemas. Adotando o soneto como espaço privilegiado de suas pesquisas com rimas e ritmos, aliando a forma fixa aos versos mais amplos e palavrosos que costumava a usar, e ainda usaria em outros momentos, o material publicado em Novos Poemas é definitivo para a entrada de Vinicius no time dos grandes poetas de sua geração. 

O livro é o quarto lançado por Vinicius no curto intervalo de cinco anos. Sua produtividade só crescia e a vontade de viver de literatura também. Como muitos escritores da época, ele oscilava entre o emprego público e o jornalismo como meios paralelos de sobrevivência. A literatura foi, aos poucos, conduzindo sua carreira e, mesmo que tenha se tornado depois embaixador e cronista, passa a ser conhecido desde então e para sempre como Poeta. 

O livro, pelo seu frescor, pela sua vivacidade renovadora em poemas como “Soneto de intimidade”, “A mulher que passa” ou “Lamento ouvido não sei onde”, gerou um texto de seu amigo e já então renomado poeta e crítico Mário de Andrade, homenageado pelo próprio Vinicius na dedicatória do poema “A máscara da noite”. O amigo, porém, não deixou de ser crítico. Apontou, de forma construtiva, defeitos na feitura de alguns poemas, entendendo ser um livro “de transição” para alguém que já podia reivindicar um lugar entre “os grandes poetas do Brasil”. 

Nota Bibliográfica

O livro traz uma dedicatória e uma epígrafe:

Aos caríssimos amigos
Magu
e
José Claudio da Costa Ribeiro



Todos os ritmos, sobretudo os inumeráveis.

Manuel Bandeira