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A torre escura tem melenas...

Rio de Janeiro , 2004

A torre escura tem melenas 
Negras como um sexo à luz 
Santa; mariâmada!... Cenas 
        Do meu amémjesus! 

A torre gótica tem olhos 
Que me flecham fixos de fé 
Versos, venerandos... broglios 
        Do meu parcedomine! 

À meia-noite canta um sino 
Alongo, alento, dormi-vos 
Perversidade e latrocínio 
        Do meu peromnibus! 

Mas ninguém diz-me: Surgetambula 
Ao meu decesso extemporário 
E ao ermo vaga a alma sonâmbula 
        Em muito rumo vazio.