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Alexandrinos a Florença

Rio de Janeiro , 2004

Rio de Janeiro
Nessa tarde toscana, hermética e remota, 
Verde sinistro sobre antiga terracota, 
De onde, conzento-azuis, ímã-ferrugem, surgem 
Cúpulas, torres, claustros, campos: renascença 
Das coisas que passaram mas que urgem; nessa 
Tarde em Florença, ah que serenidade imensa 
Nessa tarde em que tudo parecia ir dar 
No Arno e deslizar no mesmo lugar, no 
Ponte Vecchio; ou na piazza della Signoria 
Quando, sob a luz mais exata, a estatuária 
Parecia lembrar... Nessa tarde em colinas 
Florentinas, quanta meditação nos campos 
De oliva e feno, imarcescíveis; quanta voz 
Silenciante... e aquele cipreste imenso 
No poente, imóvel... vulto secular de Dante 
Penando a morte imemorial da bem-amada...

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