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ORPHEUS OF THE CONCEPTION

Odeon, 1956

Orquestra Odeon
Arranjos e Regência: Antonio Carlos Jobim
Violão: Luiz Bonfá
Voz: Roberto Paiva
  • Overture

    Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim

    Faixa Instrumental
  • Monólogo de Orfeu

    Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes

    Mulher mais adorada!
    Agora que não estás, deixa que rompa

    O meu peito em soluços!
    Te enrustiste em minha vida,
    e cada hora que passa
    É mais por que te amar
    a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada.

    E sabes de uma coisa?
    Cada vez que o sofrimento vem,
    essa vontade de estar perto, se longe
    ou estar mais perto se perto
    Que é que eu sei?
    Este sentir-se fraco,
    o peito extravasado
    o mel correndo,
    essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
    Tudo isso que é bem capaz
    de confundir o espírito de um homem.

    Nada disso tem importância
    Quando tu chegas com essa charla antiga,
    esse contentamento, esse corpo
    E me dizes essas coisas
    que me dão essa força, esse orgulho de rei.

    Ah, minha Eurídice
    Meu verso, meu silêncio, minha música.
    Nunca fujas de mim.
    Sem ti, sou nada.
    Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada.
    Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!
    A existência sem ti é como olhar para um relógio
    Só com o ponteiro dos minutos.
    Tu és a hora, és o que dá sentido
    E direção ao tempo,
    minha amiga mais querida!

    Qual mãe, qual pai, qual nada!
    A beleza da vida és tu, amada
    Milhões amada! Ah! Criatura!
    Quem poderia pensar que Orfeu,
    Orfeu cujo violão é a vida da cidade
    E cuja fala, como o vento à flor
    Despetala as mulheres -
    que ele, Orfeu,
    Ficasse assim rendido aos teus encantos?

    Mulata, pele escura, dente branco
    Vai teu caminho
    que eu vou te seguindo no pensamento
    e aqui me deixo rente quando voltares,
    pela lua cheia
    Para os braços sem fim do teu amigo

    Vai tua vida, pássaro contente
    Vai tua vida que estarei contigo!
  • Um nome de mulher

    Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim

    Um nome de mulher 
    Um nome só e nada mais 
    E um homem que se preza 
    Em prantos se desfaz 
    E faz o que não quer 
    E perde a paz 

    Eu, por exemplo, não sabia, ai, 
    O que era amar 
    Depois você me apareceu 
    E lá fui eu 
    E ainda vou mais

    Irmãos Vitale S/A
  • Se todos fossem iguais a você

    Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes

    Vai tua vida 
    Teu caminho é de paz e amor 
    A tua vida 
    É uma linda canção de amor 
    Abre teus braços e canta a última esperança 
    A esperança divina de amar em paz 

    Se todos fossem iguais a você 
    Que maravilha viver 
    Uma canção pelo ar 
    Uma mulher a cantar 
    Uma cidade a cantar 
    A sorrir, a cantar, a pedir 
    A beleza de amar 
    Como o sol, como a flor, como a luz 
    Amar sem mentir, nem sofrer 

    Existiria a verdade 
    Verdade que ninguém vê 
    Se todos fossem no mundo iguais a você

    Ed. VM Empreendimentos 
    Jobim Music
  • Mulher, sempre mulher

    Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes

    Mulher, ai, ai, mulher 
    Sempre mulher 
    Dê no que der 
    Você me abraça, me beija, me xinga 
    Me bota mandinga 
    Depois faz a briga 
    Só pra ver quebrar 
    Mulher, seja leal 
    Você bota muita banca 
    Infelizmente eu não sou jornal 

    Mulher, martírio meu 
    O nosso amor 
    Deu no que deu 
    E sendo assim, não insista 
    Desista, vá fazendo a pista 
    Chore um bocadinho 
    E se esqueça de mim

    Editora Musical Arapuã
  • Eu e o meu amor

    Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes

    Eu e o meu amor 
    E o meu amor 
    Que foi-se embora 
    Me deixando tanta dor 
    Tanta tristeza 
    No meu pobre coração 
    Que até jurou 
    Não me deixar 
    E foi-se embora 
    Para nunca mais voltar

    Editora Musical Arapuã
  • Lamento no morro

    Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim

    Não posso esquecer 
    O teu olhar 
    Longe dos olhos meus 

    Ai, o meu viver 
    É de esperar 
    Pra te dizer adeus 

    Mulher amada 
    Destino meu 
    É madrugada 
    Sereno dos meus olhos já correu

    Tonga Editora Musical LTDA 
    Jobim Music